quinta-feira, 13 de junho de 2013

A nutrição no cicloturismo

Você pode estar se perguntando, o que é o cicloturismo? Quem respondeu que é mais uma modalidade de esporte, acertou! Mas diferente de outras categorias dentro do ciclismo, esta é uma modalidade não competitiva e que se diferencia do ciclismo recreativo no aspecto das distâncias, tendo em vista que as distâncias são grandes e o tempo envolvido é muito maior.

A busca das pessoas por práticas esportivas que unem aventura e a possibilidade de estar em contato com o meio ambiente, tem aumentado e o cicloturismo une o prazer de pedalar com o turismo. Pode ser desde uma tarde de passeio pela cidade ou uma viagem a uma determinada região que pode durar meses ou anos. É um esporte que pode ser praticado em grupos ou sozinho e em qualquer “piso” (o tipo de terreno: barro, asfalto, etc.), área (urbana, rural, montanhas), estação do ano e clima. Pode ser uma viagem realizada com toda uma estrutura de apoio ou sem apoio nenhum, apenas as estruturas da cidade por onde o ciclista passa. A bicicleta usada pode ser das mais modernas, leve e com amortecedores, ou mais simples, com o mínimo de conforto. Sendo importante ressaltar que é preciso ter os itens básicos de segurança (capacete, luzes sinalizadoras, retrovisores, roupas confortáveis e específicas).

Porém, por se tratar de uma atividade de alto risco, é necessário ter um bom condicionamento físico, já que durante a viagem os ciclistas passam por locais desabitados, florestas e cordilheiras, a depender do ritmo de viagem. Por isso é importante que o percurso seja escolhido com antecedência, necessitando de um planejamento mínimo para que a viagem seja agradável e a fim evitar surpresas desagradáveis. Para isso é necessário ter informações sobre o trajeto, estar fisicamente preparado, ter equipamentos adequados e seguir uma BOA ALIMENTAÇÃO.

O gasto energético de um ciclista que pratica  cicloturismo é bastante variável, sendo difícil estabelecer uma necessidade energética com precisão. Variáveis como a posição do vento (contra ou a favor), o peso da bicicleta, a velocidade média, a distância percorrida, o clima e o relevo, influenciam diretamente no gasto energético do ciclista. Segundo Rigatto (2008) a sensação do ciclista é de estar em constante déficit energético.

A alimentação do ciclista durante o percurso não tem restrições e tudo vai depender do planejamento da viagem. Durante a viagem podem se consumidos alimentos normais, com disponibilidade até de parar e realizar uma refeição completa, mas isso vai depender se há tempo para descansar e realizar uma boa digestão. Um cuidado importante é com a higiene dos alimentos, pois um alimento mal higienizado pode colocar toda a viagem a perder.

No planejamento da viagem deve-se procurar saber qual a capacidade do ciclista para levar alimentos e água? E como o peso da bicicleta é importante, e a capacidade dos “bagageiros” geralmente é pequena, os alimentos selecionados devem  ser leves. Nessas viagens alimentos como o leite em pó, alimentos enterais, barrinhas de cereal ou de proteína, frutas secas, granola, aveia, pão, biscoito, mel, macarrão e sopas desidratadas, atum, sardinha, nozes, castanhas, são as melhores opções.

A principal fonte de energia dos ciclistas são os carboidratos, que devem ser simples e compostos, e que são encontrados nas barras energéticas, mas há também os carboidratos em gel que são altamente energéticos e de rápida absorção, além de práticos. O consumo do carboidrato em gel deve ser estabelecido durante os treinos, onde o mesmo deve ser TESTADO. Outra boa opção de fonte energética, mais barata, são os sachês de mel. Por ser muito doce e provocar uma sensação de sede, os carboidratos devem ser ingeridos com água.

A hidratação do ciclista também é muito importante. Não é somente a intensidade do exercício que influencia no nível de hidratação, a temperatura e umidade também devem ser avaliadas, evitando-se, inclusive, pedalar em horários muito quente. Junto com a água é importante oferecer ao ciclista algo salgado, procurando assim repor os eletrólitos perdidos com o suor. Se houver disponibilidade, também é importante o consumo de bebidas esportivas ou repositores hidroeletrolíticos. No caso de pedaladas em lugares frios é importante alertar o ciclista para que se hidrate sempre que possível, pois apesar de não haver a sensação de perda de água, a desidratação pode sim acontecer.

Diante do exposto, o cicloturismo é uma forma de viajar usando a bicicleta, unindo o prazer do turismo com o gosto de pedalar, mas é preciso planejar muito bem a viagem e tomar bastante cuidado com a alimentação, pois um refeição inadequada, ou a falta desta, pode colocar toda a viagem a perder. Sendo assim, é importante que os profissionais de saúde conheçam não somente as particularidades dessa modalidade, como auxiliem na elaboração do plano de viagem (ou planejamento), fazendo levantamentos de informações importantes, no caso do nutricionista, os locais para o ciclista se alimentar. Mas lembre-se, dias de viagem requer uma alimentação adequada em energia, e sendo assim, é importante o acompanhamento de um nutricionista.

Fonte:  ANutricionista.Com - Francis Moura Santos - CRN5 3243/P - Nutricionista em Salvador.

RIGATTO, Cristiano. Minha experiência com o cicloturismo. In: HIRSCHBRUCH, Márcia Daskal; CARVALHO, Juliana Ribeiro de. Nutrição Esportiva: uma visão prática. 2. ed. São Paulo: Manole, 2008.
ROLDAN, Thierry Roland Roldan. Cicloturismo: planejamento e treinamento. Monografia. Campinas, 2000.Importante: As informações fornecidas não são individualizadas, portanto, um nutricionista deve ser consultado antes de se iniciar uma dieta. O artigo acima expressa a opinião do autor e pode NÃO refletir a opinião do site ANutricionista.

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